Em alta, dólar encosta no Euro e chega a valer mais que moeda europeia
- Publicado em: 18/07/2022
- Autor: Upquery

Como há muito tempo não se era visto, o dólar e o euro estão em nível de paridade no mercado financeiro e nas casas de câmbio. Na última quarta-feira (13/07), a moeda europeia chegou a valer menos que americana e neste momento a diferença é de apenas 0,07: £ 1 euro a R$ 5,45 e U$ 1 dólar a R$ 5,38 (18/07 no horário de 09h11 de Brasília).
Desde 2022 a negociação da moeda europeia não registrava um nível tão baixo, com uma queda de quase 12%. O cenário político e econômico mundial favorece o encontro entre as moedas. A possível recessão nos Estados Unidos fez o Banco Central americano aumentar as taxas de juros.
Assim, a queda do euro ocorreu depois do anúncio de que a inflação subiu 1,3% em junho, acumulando 9,1% em 12 meses. Esse é o maior avanço em 40 anos, que foi registrado em novembro de 1981. Entretanto, por outro lado, a guerra entre Ucrânia e Rússia e os efeitos pós pandemia continuam desvalorizando o euro frente ao mercado.
Sem previsão de mudanças
A previsão, porém, é que o cenário americano continue do jeito que está. Ou, pelo menos, que o euro demore a ganhar força frente ao dólar. A expectativa do mercado é que os Estados Unidos continuem aumentando as taxas de juros. O estimado é um aumento de 0,75 ponto percentual até o final deste mês.
Sendo considerada a moeda mais valorizada e segura do mundo, um quadro de juros mais elevados tornam os ativos dos EUA mais atraentes. Em comunicado, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que a inflação deste mês de junho está “inaceitavelmente alta”.
Entretanto, esses números estariam desatualizados por conta da queda nos valores da gasolina.
As condições perfeitas
Todo esse cenário seria a consequência de um conjunto de fatores econômicos e políticos que se cruzaram simultaneamente. Assim, especialistas globais apontam como um bom motivo para a paridade a diferença da postura entre os bancos centrais (Federal Reserve e Banco Central Europeu) em relação ao aperto monetário, o choque de oferta de energia, a guerra na Ucrânia e a tradicional posição de refúgio do dólar ante instabilidades.
Apesar do encontro dessas variáveis ser algo pontual, ainda assim, os seus reflexos podem ser notados ainda por muito tempo no mercado como um todo