A briga entre a China e os Estados Unidos para liderar o mercado de telefonia móvel via satélite está ficando cada vez mais acirrada. Há anos as potências vêm trabalhando em projetos que proporcionem esse serviço em qualquer parte do mundo, como oceanos e desertos. 

Desde o surgimento da telefonia móvel este é um objetivo já que, atualmente, o sinal opera através de antenas instaladas em metrópoles e cidades. Agora, porém, a proposta é fornecer o serviço via satélites e os EUA e a China são os países mais próximos dessa conquista. Essa é uma inovação que ambos buscam ter o domínio total. 

Por isso, a ideia é justamente atrapalhar o sucesso do adversário através de regulamentações que impeçam que os satélites funcionem dentro das próprias fronteiras.  Afinal, cada país possui a autoridade necessária para permitir a transmissão de sinais de satélites em seu território. 

Os projetos dos Estados Unidos

Esse tipo de novos serviços funcionará via satélites que orbitam no entorno da terra. Desse modo, os celulares poderão se conectar com a internet sem estarem próximos de antenas. Nos Estados Unidos, Elon Musk, dono da SpaceX, está comprometido em “eliminar as zonas mortas em todo o mundo” através do Starlink. 

A expansão desse serviço atualmente agrega clientes de vários locais do globo, com exceção da China e da Rússia. Entre os favorecidos estão clientes de partes dos Estados Unidos, da maior parte da Europa, Japão, Austrália e alguns outros países. 

Recentemente, um executivo da companhia alegou que mais de quatro mil satélites foram lançados. Porém, o desafio de eliminar todas as zonas mortas ainda poderá demorar muito tempo para se concretizar. 

Ainda em solo americano, a startup Link, em Virgínia, obteve no ano passado uma espécie de licença da FCC para um projeto que conecta satélites comerciais diretamente com celulares. Tudo isso, sem a necessidade de software e hardware especial. A Lynk possui contratos em mais de 40 países e está testando o serviço em outros lugares também. 

Os projetos chineses

Muitos analistas e especialistas alegam que os Estados Unidos têm vantagem considerável nesta “competição” com a China. Porém, os chineses têm trabalhado à altura.  A Huawei oferece um serviço utilizando a rede de satélites BeiDou, desenvolvida no próprio país. 

Os equipamentos estão localizados a mais de 160 mil quilômetros da terra e os usuários da marca não podem receber mensagens de texto. Mas, o país apresentou à União Internacional de Telecomunicações planos para lançar quase 13 mil satélites em órbita terrestre baixa. 

O projeto consiste em construir uma constelação de satélites que fiquem a apenas 144 a 290 quilômetros da Terra. Assim, a China vem mostrando que está progredindo bastante no objetivo de se tornar uma líder em telefonia móvel via satélite.