O mercado cripto segue em expansão no Brasil. Dados divulgados pela Receita Federal na segunda-feira, 25, mostram que o número de investidores de criptomoedas registrados como pessoa física e jurídica segue crescendo. De acordo com relatório referente a julho de 2023, o segmento de ativos conta com 4,1 milhões de CPFs registrados, representando um novo recorde de número de investidores físicos.

Os dados também mostram aumento de pessoas jurídicas, representados por 92 mil registros. Isso significa uma quantidade quase duas vezes maior quando comparado a 2022. Esse é o segundo mês consecutivo de recordes desde que a Receita começou a divulgar relatórios sobre o segmento. Em junho, o levantamento também já havia confirmado números inéditos em investimentos gerais em ativos digitais.

Estabilidade em investimentos femininos

O relatório ainda apontou outros dados importantes do segmento. A participação do público feminino se mantém estabilizada, apresentando um pequeno aumento: em julho, o grupo de investidoras representou 15,54%, enquanto em junho representava 15,12%.

Entretanto, os investimentos totais femininos tiveram um pequeno recuo de 16,62% para 16,26%. Apesar dos números semelhantes em 2023, os dados ainda apontam uma disparidade de gênero. Em dezembro de 2022 foi registrada a maior taxa de operações femininas que foi de 27,1%.

Queda de 12% em investimentos

A Receita Federal também divulgou o volume total de investimentos com base nas declarações ao Imposto de Renda. Entretanto, os números reportados ao órgão fiscalizador mostram uma queda de 12% de um mês para o outro. O último relatório mostra um montante de R$ 18,8 bilhões em investimentos totais, enquanto em junho a receita alcançou R$ 21,2 bilhões.

As operações em corretoras brasileiras também apresentam a sua maior oscilação passando de 14 bilhões de transações para 12 bilhões. Já as movimentações sem uso de exchanges tiveram recuo de 4,2 bilhões para 3,6 bilhões. As com exchange, entretanto, diminuíram um pouco menos, indo de 2,6 bilhões para 2,3 bilhões.

Criptomoedas: Tether lidera em valores

Desde que a Receita passou a divulgar relatórios do segmento, a moeda Bitcoin lidera em quantidade de operações realizadas. Em julho não foi diferente. Mas, assim como a receita gerada em investimentos, a cripto teve uma queda significativa em número de transações: foram 841 mil operações contra as 1,01 milhões registradas em junho.

O rendimento total de investimentos foi de R$ 1,02 bilhões para R$ 737 milhões no último relatório. Em segundo lugar de movimentações está a Ether. Ao contrário da Bitcoin, a segunda maior do mercado teve um leve crescimento, indo de 273 mil para 275 mil operações. Porém, em valores, houve uma forte redução: R$ 213 milhões para R$ 150 milhões.

A Tether (USDT), stablecoin pareada em Dólar, aparece logo depois. Mas, ao contrário das concorrentes, a moeda lidera em maior volume de receita. Ela apresenta um perfil maior de investimentos e, em julho, movimentou sozinha R$ 15,3 milhões em 232 mil operações. Isso representa uma queda em comparação a junho que teve R$ 17 bilhões provindos de 280 mil movimentações.