Estudo aponta a potencialidade de uso e os desafios previstos para o Real Digital
- Publicado em: 30/06/2023
- Autor: Upquery

O Banco Central está apostando em uma série de investimentos para acelerar a digitalização no Brasil. Nesse contexto, a criação e o lançamento do Real Digital são considerados o último elemento de um tripé aplicado à economia. Um estudo da consultoria Oliver Wyman, divulgado esta semana, apresentou as potencialidades de uso, mas também os desafios da moeda digital.
Competindo com as stablecoin, o Real Digital tem como foco transações aplicáveis principalmente para varejo, atacado e instituições financeiras. No varejo, a tokenização de depósito bancário e fundo em conta de bancos seriam potenciais de uso da criptomoeda. O relatório de análise apontou pelo menos 13 casos de usos potenciais do projeto:
- Arrecadação tributária
- Direito de posse de ativos não financeiros
- FX (pagamentos transfronteiriços)
- Gestão de múltiplas contrapartes
- Gestão de colateral no mercado de capitais
- Inclusão financeira
- Micropagamentos
- Negociação de ativos financeiros
- Negociação de ativos de baixa liquidez;
- Pagamentos offline
- Securitização de empréstimos
- Seguro digital
- Tokenização de futuras contas
Assim, o relatório defendeu: “As CBDCs (Moeda Digital de Bancos Centrais) têm potencial para endereçar dores latentes no mercado global (como pagamentos e FX). No entanto, deve-se considerar cuidadosamente as possíveis consequências da implementação”.
Inclusão financeira
As Moedas Digitais de Bancos Centrais têm como objetivo tornar os pagamentos mais rápidos, baratos e sustentáveis. Entretanto, o estudo Wyman afirma existir somente 4 CBDCs em todo o mundo, incluindo a brasileira. O projeto piloto Real Digital ainda está em fase de teste.
O Banco Central segue estudando como desenvolver a estrutura na qual a moeda irá operar. Além de melhorar o sistema de pagamentos do país e aumentar a inclusão financeira, a moeda descarta a necessidade de bancarização para acessar serviços financeiros, simplificando processos.
Segurança digital e outros desafios
A adaptação dos usuários com uma criptomoeda naturalmente trará muitas consequências para a economia e o mercado financeiro brasileiro. Além da adesão em si, o aumento de fraudes está entre os principais desafios que o Real Digital poderá enfrentar. Por isso, o Banco Central tem trabalhado com esse foco em segurança.
Conforme o estudo, a moeda oferece pontos positivos e negativos: “potencial redução do volume de recursos disponíveis para operações de crédito, redução no volume de depósitos à vista, utilizado em políticas de recursos destinados, maior volatilidade nas corridas bancárias devido à facilitação na movimentação de recursos e desafio em manter a privacidade financeira”.
Outro desafio do projeto ainda diz respeito quanto às partes práticas. O Banco Central ainda avalia como definir as métricas-chaves de sucesso do Real Digital, além de que modo a infraestrutura blockchain deverá se comportar com a expansão de rede e os tantos novos casos de uso e transações.
Prevendo as mudanças trazidas pela digitalização, a consultoria responsável pelo estudo se manifestou. “É fundamental que as instituições se aprofundem no tema e se preparem, identificando possibilidades de monetização/otimização e potenciais ameaças ao modelo de negócio atual”.