Home office: rendimento de trabalho sobe 53% desde o início da pandemia
- Publicado em: 26/12/2022
- Autor: Upquery

A pandemia incentivou a adesão ao regime de home office em empresas de todo o país. Mas, a tendência permaneceu forte também depois deste período. O rendimento do trabalho dos funcionários tem crescido ano a ano, conforme um levantamento do economista Bruno Imaizumi da LCA Consultores, com base em microdados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
As informações recentes mostram que desde o início da pandemia o rendimento subiu 53,6%. Atualmente, já são mais de 6 milhões de pessoas trabalhando remotamente no país. O último semestre de 2022 totalizou 6,53 milhões de profissionais em home office. Esse é um aumento de mais de 75% de 2018 para cá, época que antecedeu a pandemia.
Os dados também significam R$ 3.009,88 de rendimento médio por ocupação. Esse valor seria o segundo maior já registrado desde 2018, período em que o IBGE começou a divulgar números sobre o regime de home office.
Profissionais com qualificação
Até então, o maior rendimento médio segue sendo o de R$ 3.052,45, registrado no 2º semestre de 2021, auge da pandemia. A partir deste momento, os números obtidos se mantiveram sempre acima quando comparados a trabalhadores em demais modalidades de trabalho.
Neste último levantamento, a consultoria pode destacar um crescimento de 4% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. Porém, o rendimento do trabalho desde o terceiro trimestre de 2018 já é de 66%. O economista Imaizumi acredita que esta tendência qualifica ainda mais as equipes e por isso deverá permanecer aumentando.
Estão entre o perfil de funcionários em trabalho remoto aqueles com maiores níveis de instrução. Porém, um estudo da FGV (Fundação Getúlio Vargas) mostrou que, no início, apenas 1 em cada 5 funcionários tinham condições para trabalhar neste regime.
“O pós-pandemia mudou o perfil das pessoas que trabalham remotamente. Está associado, sobretudo, a pessoas mais qualificadas e, consequentemente, melhor remuneradas, principalmente em atividades em que a presença física não é exigida, como em áreas de tecnologia, atividades financeiras, informação e comunicação”, diz Imaizumi.
R$ 19 bilhões de rendimento real
Quando se trata da soma de rendimentos provindos de todas as ocupações de trabalho, pode-se registrar o maior valor dos últimos quatro anos: R$ 19,6 bilhões. Isso representa 192% a mais que o mesmo trimestre de 2018, com R$ 6,7 bilhões e 4,3% a mais que o ano passado. Em 2021, o rendimento real já havia alcançado a marca de R$ 18,8 bilhões.