Entre as moedas mais valorizadas da atualidade, a Libra Esterlina tem passado por turbulências no mercado de câmbio. Nesta segunda-feira, 26 de Setembro, a moeda britânica registrou uma queda brusca, obtendo o menor nível histórico em relação ao Dólar. A Libra caiu 4,7% frente à moeda americana, se aproximando de uma diferença de câmbio de apenas U$ 1. 

Entretanto, nesta terça-feira, 27 de setembro, a Libra já está operando em alta novamente. Para que a moeda recuperasse parte da desvalorização, o Banco da Inglaterra precisou se reposicionar economicamente, afirmando que iria elevar os juros nas próximas reuniões. Assim, a moeda começou o dia com valorização de 1,09% para 1,080 frente à moeda americana. 

Pacote de corte de impostos

A queda da Libra foi uma resposta do mercado para o pacote de corte de impostos, anunciado na sexta-feira, 23 de setembro, pelo ministro de Finanças do Reino Unido, Kwasi Kwarteng. O pacote, estimado em £ 45 bilhões (R$ 257 bilhões), é o maior pacote de cortes da Inglaterra em meio ao século. 

O atual plano financeiro será para quitar uma enorme dívida inglesa, na qual o ministro Kwarteng deverá utilizar um empréstimo de dezenas de bilhões de Libras para financiar o pacote. 

Além dessa questão, a Inglaterra também irá destinar cerca de £ 150 bilhões para subsidiar os custos de energia para consumidores e empresas inglesas. A crise energética tem se agravado na Europa inteira em decorrência da guerra entre Ucrânia e Rússia. 

Futuro do câmbio incerto

Apesar da recuperação deste último dia, a previsão é que a Libra permaneça oscilando e, até mesmo, desvalorizando.  Afinal, o ministro Kwarteng descartou a possibilidade de declarar um aumento emergencial de juros. 

A desvalorização em comparação ao Dólar também tem outro agravante. O Fed (Banco Central dos Estados Unidos) tem demonstrado interesse por manter a sua postura agressiva no intuito de debelar a inflação. 

Na segunda-feira, inclusive, Loretta Mester, a presidente do Federal Reserve Bank de Cleveland, declarou que o Banco Central deveria elevar os juros ainda mais. Para a CEO, é preferível cometer um erro monetário para mais do que para menos.